PROJECTO
Este projecto é, na sua essência inovador, diferenciador e único.
A aldeia da Mesquita é, nos dias de hoje, muito procurada por pessoas de fora, contando já com uma pequena comunidade de famílias inglesas. A comunidade de estrangeiros mais que duplica quando englobamos as aldeias em redor.
PROJECTO
Mesquita, turismo de aldeia
1. Mesquita, turismo de aldeia, assenta na apresentação de um produto arrojado – a recuperação e conversão de casas da aldeia em alojamento turístico, isto é, numa unidade hoteleira. As casas que hoje estão ao abandono ou de não residentes serão recuperadas e/ou convertidas em Casas de Campo. Serão exploradas de uma forma integrada, através de uma plataforma comum de gestão, ficando a Alenprimium com o direito de exploração turístico das habitações criando, assim, um turismo de aldeia. No que respeita ao alojamento, além das Casas de Aldeia, teremos um produto mais exclusivo – Casas de Rio – antigos postos de fronteira da Guarda Fiscal localizados ao longo do Guadiana internacional, locais de vivências íntimas com o grande rio do sul.
Este projecto é, na sua essência:
i. Inovador, porque iremos recuperar mais do que casas, iremos recuperar a identidade de um povoado, iremos
recuperar a realidade passada e torná-la um produto turístico;
ii. Diferenciador, na forma como são envolvidos os proprietários, residentes, filhos e netos da Mesquita, tornando-os promotores, investidores e importantes impulsionadores na concretização deste projecto.
iii. Único, na forma como vai contrariar a desertificação e morte anunciada de um lugar, valorizar a região, promover a coesão territorial e criar efeito de arrastamento que contribuirá para a fixação de população.
Mesquita, actividades turísticas
Mesquita, actividades turísticas irá proporcionar experiências inovadoras e enriquecedoras, nas quais o turista e visitante poderá, por exemplo, fazer parte do quotidiano de aldeia, um regresso ao passado através do contacto com tarefas e ofícios, noutra altura, próprios do dia-a-dia da Mesquita. Com a recuperação da “Venda da Prima Mariana”, a última taberna, mercearia, telefone público, ponto de encontro a encerrar na aldeia, vamos recriar um espaço de turismo gastronómico, tão próprio e exclusivo deste canto do Alentejo, assumindo o papel de Casa de Cante (a segunda a ser criada), dedicada à promoção e divulgação deste Património Imaterial da Humanidade, assim classificado pela Unesco, através de uma programação de eventos e espectáculos (em parceria com a Alavanca, associação cultural). A recepção do Turismo de Aldeia, cafetaria e mercearia/ comércio também funcionará neste espaço.
O Turismo de Natureza permitirá o contacto directo, e em respeito, com o Parque Natural do Vale do Guadiana, através da observação da fauna e flora única, caça fotográfica, passeios guiados, turismo equestre (passeios de burro e carroça) e actividades de rio. As Casas de Rio terão programas próprios de ligação ao rio, educação ambiental e promoção da convivência sustentável com a natureza.
O apoio ao percurso dos “Caminhos de Santiago”, a exploração da Grande Rota (GR) 15 – Rota do Guadiana, a ligação à GR 13 – Via Algarviana, bem como os percursos pedestres já existentes e a criar nas terras da Mesquita, farão do cycling, walking e trail uma aposta certa,
ainda mais com o apoio do Centro de CWT da Mesquita. Aqui, a localização da aldeia também a torna num lugar estratégico, pois ali se encontram GRs e PRs (pequenas rotas) portuguesas e espanholas, fazendo desta povoação o ponto de partida para inúmeros percursos – Rota do Guadiana, Via Algarviana, Percursos de Andaluzia e PRs de Mértola e Alcoutim.
O contacto com as riquezas dos concelhos de Mértola e Alcoutim, Alentejo e Algarve interior e zona fronteiriça do Guadiana (Portugal e Espanha) serão realizadas através de passeios em viaturas 4×4 de alta gama, possibilitando visitar locais pouco acessíveis, mas de uma beleza e história únicas, mas pouco explorados, em máximo conforto e serviço de excelência.
As actividade turísticas não serão um simples complemento do Turismo de Aldeia. Serão um elemento âncora, complementadas pelo serviço de alojamento. Serão factor de valorização da experiência do cliente na aldeia da Mesquita.
Centro de Cycling, Walking & Trail da Mesquita (CCWTM)
Centro de Cycling, Walking & Trail da Mesquita (CCWTM) será responsável pela gestão e manutenção, regulação, e divulgação dos percursos pedestres existentes nas terras da Mesquita. O facto de estarmos inseridos no Parque Natural do Vale do Guadiana acresce responsabilidades na exploração dos percursos pelo que é importante, desde já, preocupar-nos com a utilização destes e, por inerência, com o parque onde os percursos se inserem. O CCWTM não só fará a gestão dos percursos da Mesquita como criará todas as condições para a prática de cycling, trail e walking, promovendo e projectando a Mesquita como o melhor local para a prática.
O CCWTM vai ser criado nas instalações da Sociedade Recreativa Mesquitense (SRM), associação mesquitense criada em 1937, também parceiro deste projecto, valorizando um activo existente na aldeia. Permitirá a realização de eventos e provas desportivas, valorizando e promovendo o contacto com a natureza, sabendo que os praticantes das modalidades de cycling, trail e walking são dos principais defensores e promotores das boas práticas e respeito pelo ambiente.
Outras acções de valorização e promoção estão já em fase de discussão, como a criação, juntamente com o ICNF/Parque Natural do Vale do Guadiana, da “Porta do Sul do Vale do Guadiana,” posto de recepção e informação para quem visita o Parque Natural vindo de sul. As “Aldeias a Sul”, em parceria com outros turismos de aldeia, para a promoção conjunta.
Projecto
Plantada nas Terras do Baixo Guadiana, a aldeia da Mesquita ocupa aproximadamente 7 hectares (as “terras da Mesquita” ocupam uma área aproximada de 1000 hectares) e situa-se na zona sul do Parque Natural do Vale do Guadiana, junto à Foz da Ribeira do Vascão, freguesia de Espírito Santo, a sudeste do concelho de Mértola. Este é o único povoado no Alentejo que se situa na zona das três fronteiras; fronteira entre concelhos (Mértola e Alcoutim), fronteira Alentejo / Algarve e fronteira Portugal / Espanha.
Datam dos séculos VIII-IX os primeiros indícios evidentes da sacralização na Mesquita. O povoado da Mesquita, e a pequena ermida dedicada a N. Sra. das Neves que se ergue nas suas imediações, no alto de um cerro fronteiro, são de longa duração histórica e cultural. A ermida mais não é, efectivamente, do que a última herdeira de um processo secular de construções e reconstruções de templos, que recua ao período de pré-Reconquista.
A sua localização estratégica face ao rio Guadiana, estrada natural onde circularam gentes e mercadorias de diferentes origens, num trânsito que é milenar, atribuiu a esta aldeia um importante papel na região, uma vez que é na Mesquita que a navegabilidade do “grande rio do sul” encontrava o seu primeiro obstáculo, obrigando ao transbordo de tudo o que se carregava nos porões dos barcos de maior calado pelo cais da Mesquita. Era ainda aqui que se localizava um dos poucos vaus de passagem entre margens, facultada por uma ponte-barca que funcionou até inícios do século XX.
A Mesquita foi um forte centro agrícola empregando, sazonalmente, muito migrante do Algarve (na altura sem turismo), e importante fornecedora de mão-de-obra para as Minas de São Domingos, chegando mesmo a ter mais de 800 habitantes. Actualmente com menos de 20 residentes, a aldeia está em risco de morrer, de ficar sem ninguém, tornar-se fantasma.
As ligações familiares de um dos mentores do projeto (neto da aldeia) e a sua vivência na aldeia de mais de 40 anos dá-lhe o conhecimento do passado e tradições deste lugar. Lugar cheio de vida, de gente trabalhadora e unida, esta aldeia tem uma das mais antigas associações de todo o concelho de Mértola – Sociedade Recreativa Mesquitense – que, nos seus 81 anos de existência organizou durante muitos anos as principais festas de Verão do concelho.
Desde os anos 90 do século passado que começou a decadência deste lugar, com o encerramento do último comércio e a chegada à reforma dos últimos agricultores que insistiam em se manter activos. Desde então só o que se tem assistido é ao falecimento de residentes ou imigração destes para casa dos filhos nas cidades. Hoje em dia grande parte das casas da aldeia estão degradas. A recuperação da aldeia será mais que um desafio, será ele própria uma fonte de atracção turística.